O ponto C, um espaço que deixará marcas por gerações – Entrevista
“Ponto C” é a obra do seu mandato, ou dos seus mandatos?
Ao longo deste ciclo autárquico, temos realizado muitas “obras de mandato”, se entendermos que obras de mandato são as que marcam um determinado tempo. Nos mandatos autárquicos que liderámos, foram vários os projetos, de maior ou de menor dimensão, na cidade mas também em cada uma das freguesias, que marcaram este tempo e que concretizaram aspirações e anseios de muitos anos das nossas comunidades. O “Ponto C” é um desses grandes projetos, que marcará este tempo e as próximas gerações.
Onde e como nasceu a ideia?
O ‘Ponto C – Cultura e Criatividade’ foi pensado e projetado para dar resposta a uma das maiores lacunas e uma das maiores fragilidades da cidade e da região do Tâmega e Sousa, que não dispõe de uma sala de espetáculos do género. É nossa convicção que, pela sua polivalência e arquitetura, será uma referência no panorama nacional da cultura e das artes.
A obra permitirá levar a cabo uma espéce de “revolução” urbana. Com a construção do ‘Ponto C’, a malha urbana da cidade vai expandir-se para a encosta do Cavalum, com ligação direta ao Centro Histórico, o que permitirá usufruir da paisagem sobre o verdejante vale do Cavalum e dos demais recantos desta encantadora terra. Com a abertura da nova via através da Variante do Cavalum, com ligação ao Centro Histórico e à Praça da República, junto ao Palacete onde está instalada a Biblioteca Municipal de Penafiel, os nossos concidadãos passarão a ter mais uma opção para chegarem ao centro da cidade, de forma rápida e cómoda.
A obra quadra com aquilo que tem sido, por exemplo, a aposta na Escritaria?
A Escritaria é um dos grandes exemplos de como temos tido sucesso na implementação e dinamização de várias iniciativas culturais por todo o concelho. Neste momento, estamos a fazer um trabalho de internacionalização deste projeto. Queremos levar a nossa festa das palavras além-fronteiras, e já demos o primeiro passo. Em janeiro, tive a oportunidade de estar em Benguela, Angola, na inauguração de uma exposição itinerante dedicada ao escritor angolano Pepetela, homenageado na Escritaria em 2018. Em parceria com o Instituto Jean Piaget, recriou-se grande parte do ambiente de homenagem e de afetos que é uma marca da Escritaria em Penafiel. A par disto, a homenagem ao escritor cabo-verdiano, Germano Almeida, em 2021, que contou com a presença do Ministro das Indústrias Criativas de Cabo Verde, Abraão Vicente, também abriu portas a um “Escritaria com Morabeza”, em Cabo Verde. É, sem dúvida, uma nova fase da vida da Escritaria, já com 15 anos de existência, mas que se reinventa permanentemente. Com o crescimento e afirmação de eventos de grande destaque em Penafiel, temos obrigatoriamente de criar equipamentos de excelência, e o Ponto C surge precisamente nesta vertente, para fazer face a uma grande lacuna do nosso concelho e para auxiliar este tipo de eventos.
Por que é a Central de Transportes demorou tanto tempo a concretizar-se?
Todos os projetos requerem tempo, ponderação e muito planeamento. A obra, que está em bom ritmo, terá um impacto muito significativo no que diz respeito à mobilidade na cidade e no concelho.
A grande vantagem é permitir a articulação entre o transporte por autocarro e o transporte ferroviário?
O investimento é de uma importância vital para a rede de transportes do concelho de Penafiel, mas também para a região. Estamos perante um equipamento que trará mais flexibilidade à rede de transportes, por comboio, autocarro ou veículos automóveis ligeiros de passageiros. A Central permitirá criar alternativas de mobilidade para o cidadão e utilizador da rede de transporte público e, em simultâneo, estabelecer uma maior e melhor ligação a partir de Penafiel para a área metropolitana do Porto e para diversos concelhos da região do Tâmega e Sousa.
Quantas pessoas do concelho e da região do Tâmega e Sousa servirá a Central de Transportes?
A Central vai servir a região do Tâmega e Sousa, que tem atualmente cerca de 500 mil habitantes. Depois de terminado o concurso de concessão para o transporte rodoviário de passageiros lançado pela Comunidade Intermunicipal do Tâ- mega e Sousa, esperamos que todos os autocarros – municipais, intermunicipais e expressos – passem por esta Central de Transportes, quer no início, quer no fim de percurso.
Duas décadas depois de prometido,o IC35 viu a luz do dia. É muito tempo…
Este é o primeiro passo para a construção de uma estrada, muito desejada pela população, que, quando se encontrar concluída, ligará Penafiel a Entre-os-Rios, com cerca de 12 km, servindo de alternativa à congestionada e perigosa EN106.
A empreitada foi lançada em meados de 2015. É, de facto, incrível que o seu início se tenha arrastado por mais de sete anos. Mas o importante agora é que a obra se concretize sem mais sobressaltos e que o quanto antes esteja ao serviço das populações. Ainda recentemente ouvíamos nas notícias o lançamento da linha vermelha do metro de Lisboa, que vai custar mais de 500 milhões de euros. Se é uma obra necessária, nada contra. Mas que sentido faz que, ao mesmo tempo e no mesmo país, uma obra de cerca de 30 milhões esteja na prateleira há mais de 20 anos e que agora tenha que ser executada às “pinguinhas”? Mais vale tarde que nunca. Esta obra é uma obrigação que o País tem para com a região, depois de anos e anos de promessas, avanços e recuos. Ver entrevista completa aqui.
Fonte: issus.com